(Muitas são as terras com origem na sua boa mesa)
Para quem tem os sentidos mais virados para o estômago, aqui fica uma lista de terras a visitar.
Começar por Carne Assada, no concelho de Sintra, no caminho para a Ericeira. Mais gordurosa será a paragem em Toucinho. Mais virado para o lado do peixe, temos a Sardinha, em Estarreja, duas Trutas, uma em Vila Real e outra na Marinha Grande, e ainda o Peixe Frio, em Monção. Temperos buscam-se em Pimenta (Arouca). Acompanha com Pão Branco (Faro) ou Pão Duro (Alcoutim).
Para se empurrar tudo isto para baixo, há Figueiró dos Vinhos, ou Pipa, em Carnota (Alenquer).
Para os não alcoólicos, fica a possibilidade de experimentar Papa Leite e Papa Leitinho, na freguesia de São Sebastião dos Carros, Mértola.
Ainda para os que têm mais olhos que barriga, curiosos são os nomes de Taberna Seca, Sandes e Saca Bolos.
Um pouco sinistros são a Campa do Preto, Moço Morto e Mulher Morta. São coisas que devemos ver faladas em Medo por gente de Meio Mundo.
Por pé, pernas e patas se baptizaram algumas das nossas terras: há o Pé do Cão, Pé do Esquilo, Pé de Coelho, Pernada da Aranha, Perna-de-Pau. Mar-e-Guerra, em Faro, deve ser homenagem a gente de marinha. Mas há ainda dez Marinhas, três Marinheira e uma Marinheiro, já agora, vem a talhe de foice dizer que por ali perto, a caminho da Zambujeira do Mar, há uma terra chamada Mal Lavado. Terá alguma ligação?
Para os nortenhos que gostam de chamar marroquinos aos sulistas, aqui fica uma desilusão: Marrocos são quatro, mas dois são em Mértola e Portimão e os outros dois no Norte, em Tondela e Paços de Ferreira.
Boa terra deve ser Porreira. Bem esquisita uma outra que tem o nome de Raio X, na freguesia de Samoiães, Chaves. Também dura de ouvir é a terra de Rio Cabrão (Arcos de Valdevez). E os de Rio Bom, que são uma dezena, não devem gostar dos de Rio Mau, também outra dezena na terra. E muitos ficaram por contar, e outros por dar a conhecer.
Mas há, por certo, outras preciosidades por descobrir, no Portugal profundo que os citadinos tanto gostam de visitar, para regressar depois ao conforto das suas casas nas cidades.
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Reportagem "Corografia Insólita", da autoria de Humberto Vasconcelos, publicada no Diário de Notícias de 01/12/1996
(A totalidades dos artigos dessa reportagem estão publicadas neste blog em 5 mensagens de Março de 2011)
Para quem tem os sentidos mais virados para o estômago, aqui fica uma lista de terras a visitar.
Começar por Carne Assada, no concelho de Sintra, no caminho para a Ericeira. Mais gordurosa será a paragem em Toucinho. Mais virado para o lado do peixe, temos a Sardinha, em Estarreja, duas Trutas, uma em Vila Real e outra na Marinha Grande, e ainda o Peixe Frio, em Monção. Temperos buscam-se em Pimenta (Arouca). Acompanha com Pão Branco (Faro) ou Pão Duro (Alcoutim).
Para se empurrar tudo isto para baixo, há Figueiró dos Vinhos, ou Pipa, em Carnota (Alenquer).
Para os não alcoólicos, fica a possibilidade de experimentar Papa Leite e Papa Leitinho, na freguesia de São Sebastião dos Carros, Mértola.
Ainda para os que têm mais olhos que barriga, curiosos são os nomes de Taberna Seca, Sandes e Saca Bolos.
Um pouco sinistros são a Campa do Preto, Moço Morto e Mulher Morta. São coisas que devemos ver faladas em Medo por gente de Meio Mundo.
Por pé, pernas e patas se baptizaram algumas das nossas terras: há o Pé do Cão, Pé do Esquilo, Pé de Coelho, Pernada da Aranha, Perna-de-Pau. Mar-e-Guerra, em Faro, deve ser homenagem a gente de marinha. Mas há ainda dez Marinhas, três Marinheira e uma Marinheiro, já agora, vem a talhe de foice dizer que por ali perto, a caminho da Zambujeira do Mar, há uma terra chamada Mal Lavado. Terá alguma ligação?
Para os nortenhos que gostam de chamar marroquinos aos sulistas, aqui fica uma desilusão: Marrocos são quatro, mas dois são em Mértola e Portimão e os outros dois no Norte, em Tondela e Paços de Ferreira.
Boa terra deve ser Porreira. Bem esquisita uma outra que tem o nome de Raio X, na freguesia de Samoiães, Chaves. Também dura de ouvir é a terra de Rio Cabrão (Arcos de Valdevez). E os de Rio Bom, que são uma dezena, não devem gostar dos de Rio Mau, também outra dezena na terra. E muitos ficaram por contar, e outros por dar a conhecer.
Mas há, por certo, outras preciosidades por descobrir, no Portugal profundo que os citadinos tanto gostam de visitar, para regressar depois ao conforto das suas casas nas cidades.
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Reportagem "Corografia Insólita", da autoria de Humberto Vasconcelos, publicada no Diário de Notícias de 01/12/1996
(A totalidades dos artigos dessa reportagem estão publicadas neste blog em 5 mensagens de Março de 2011)
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